Realização profissional com estabilidade e salários atraentes

O sonho de todo profissional é trabalhar no que gosta e receber um bom salário por isso. Se juntar essas duas situações com um emprego estável, então a realização é perfeita. Nos dois primeiros casos não é tão difícil que ocorram. Afinal, tem muita gente que faz o que lhe dá prazer e com vencimentos atraentes. Já quanto à estabilidade, a situação já complica um pouco. Dificilmente uma pessoa consegue se manter em um emprego por muito tempo. Basta uma crise financeira da empresa, país ou do exterior e a ameaça do desemprego ronda o funcionário.

Outro dia estive lendo que a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas publicou edital de concurso público para selecionar músicos. Os vencimentos giram em torno de R$ 5.000,00 e há oferta de vagas para solistas e diversas especialidades de instrumentos. Este é um exemplo bem propício de realização profissional. Se existe uma carreira que dá prazer para quem a exerce é a de músico. Como o salário oferecido é bem razoável, o ciclo da plena realização profissional se fecha com a estabilidade no emprego, já que os aprovados serão contratados mediante o regime estatutário.

Estou tecendo este comentário para alertar as pessoas que realização profissional integral, como a descrita acima, é possível mediante concursos públicos. Periodicamente, são publicados diversos de editais oferecendo vagas para os mais variados cargos. O problema é que, na maioria das vezes, o candidato leva em conta a estabilidade e o salário, mas não dá importância à realização profissional. É muito comum o candidato se esforçar para obter aprovação em concurso público e, depois de assumir o cargo, perceber que o trabalho não lhe traz nenhuma satisfação profissional.

Há pouco tempo ouvimos nos noticiários que muitas pessoas com cargos de nível superior estavam disputando uma vaga de gari na companhia de limpeza urbana do Rio de Janeiro. Você já imaginou um advogado, professor ou engenheiro varrendo ruas? Quero me adiantar e dizer que acho a profissão de gari uma das mais nobres que existe e não tenho nenhum preconceito contra estes profissionais, mas é muito difícil acreditar que alguém de nível superior vai se sentir confortável desempenhando esta função. Vale lembrar que, nesse caso, o salário não era nem um pouco atraente. Da mesma forma, há muitos médicos, engenheiros e professores ocupando cargos de auditor fiscal da Receita Federal, por exemplo, e também não se sentem realizados, apesar dos vencimentos sedutores.

Resumindo, meu caro candidato, escolha bem o concurso que pretende participar. Leve em conta as suas habilidades naturais ou qualificações profissionais e escolha a função semelhante ou a que mais se aproxima delas. Trabalhar no que lhe agrada, com salários compensadores e tendo estabilidade no emprego depende muito de você.




*Paulo de Freitas é jornalista e funcionário público.

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