Carta aberta aos concursandos, sobre o adiamento dos concursos federais

Prezados amigos,

Dirijo-me a vocês para falar a respeito das notícias sobre a suspensão dos concursos em face da crise mundial. Segundo notícias veiculadas pela imprensa, é preciso esperar até o fim do primeiro trimestre para se ter um parâmetro dos efeitos da crise financeira internacional, para só então definirem os concursos. Embora louvável a cautela do Governo, sei o quanto esta notícia afeta o ânimo de vocês, pois já vivi pessoalmente a expectativa da abertura dos concursos, em especial após decidir-me pela carreira pública como opção de vida.
Em carta aberta ao Governo Federal, disponível no meu site, conclamei ao Presidente da República e aos seus Ministros a revisão desse posicionamento e que, com toda a celeridade que a hipótese requer, investir no serviço público e naquele que é, definitivamente, como dizia Câmara Cascudo, o melhor do Brasil: o brasileiro.
Em 12 (doze) razões, mostrei o absurdo que é suspender, adiar ou procrastinar a realização dos concursos e o preenchimento dos cargos públicos já criados por lei. Estes são assuntos que interessam ao governo e a cada cidadão. Mas há assuntos que interessam diretamente a vocês, assuntos em relação aos quais tenho o dever de pontuar.

Sei o quanto estas notícias causam de desânimo, repito. Ainda mais por que no ano passado vivemos situação semelhante, quando da extinção da CPMF. E, reparem, a arrecadação não diminui. No momento, o motivo é a crise mundial, como se preencher os cargos não seja um dos melhores instrumentos para que a crise não nos atinja com tanta força.

O que é preciso que cada concurseiro nesse país saiba é o seguinte:

1. Embora o Governo Federal tenha tido essa atitude, no plano federal existem mais 2 Poderes, que deverão continuar seus concursos, em face de sua independência e autonomia, e que nos Estados, Municípios etc, muitos concursos conitnuarão a ser realizados.

2. O próprio Governo Federal, Poder Executivo, informa que tratará cada concurso caso a caso, de modo que existe a expectativa de que não haja uma suspensão total, que seria de todo irrazoável.

3. A cada ano, o aumento populacional, as aposentadorias e óbitos de servidores e as demais demandas sociais tornam a realização de concursos uma medida indispensável. Em resumo, por mais que adiem, nao há como não fazer os concursos. Cada adiamento apenas aumenta a demanda reprimida e o número de vagas por preencher.

4. Por mais que seja dolorosa, a verdade é que aqueles que realmente desejarem ser aprovados nos concursos, não podem se desanimar ou impressionar com estas medidas do Governo. Elas são ao meu ver equivovacas, mas, como estão aí, exigem um posicionamento corajoso e firme dos candidatos. Por um lado, todos devemos mostrar ao Governo seu equívoco. Por outro, os candidatos precisam reforçar a consciência que são apenas adiamentos.

5. Aqueles que, apesar de tudo que vem contra, permanecerem motivados, estudando e treinando, serão premiados quando os concursos voltarem a ser realizados. E nao há como não serem, mais cedo ou mais tarde. Quem desanimar começará a esquecer a matéria, se desatualizará etc. Quem prosseguir firme, encontrará os concursos em maior e melhor grau de preparação e condicionamento.

Assim, por mais que lamente pela situação, o único conselho que posso dar como professor e concurseiro é: nao desanimem, continuem estudando. Todas essas dificuldades fazem parte da vida e do "sistema concursos". Continuem motivados e estudando e o tempo se encarregará de premiar o esforço e dedicação.
E, ao serem aprovados, conclamo cada concurserio a fazer diferença. A ser instrumento de um país melhor, a devolver ao povo o investimento que o povo faz no serviço público. As expectativas de um país melhor estão, em grande parte, depositadas nas mãos dos servidores públicos. Os servidores públicos são uma imensa massa de brasileiros que, cada um fazendo sua parte, pode fazer diferença. Nossa atuação tem um poder extraordinário de mudança e melhoria social. Como servidor, atendendo bem, sendo honesto, dedicado e “fazendo o que pode, com o que tem, aonde está”, tornaremos esse país melhor e mais justo.
Recebam, então, minha solidariedade pelo movimento equivocado do Governo e meu estímulo para não desanimarem do sonho. A carreira pública é boa, estimulante e honrosa. E nós, já servidores, continuamos aqui esperando por vocês.

Com abraço fraterno, o colega de sonho, de ideal e de pátria,

William Douglas, juiz federal, professor e servidor público.

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