Concurso Público

Os concursos públicos são como as avaliações nas escolas: Uma maneira de testar os conhecimentos do indivíduo, sob pressão!

Obviamente, estamos falando dos concursos honestos, oriundos de demandas reais, organizados por instituições idôneas e disputados por cidadãos que dispõem das mesmas “armas”: lápis, borracha, caneta azul ou preta, e capacidade intelectual - O concurso público é, sem dúvida, um fantástico instrumento e símbolo de democracia, quando conduzido com lisura! Com ele, os poderes: econômico e político ficam impedidos de exercer sua principal estratégia: o tráfico de influência, também conhecido como: “pistolão”, “cartas marcadas”, apadrinhamentos e outros artifícios imorais. Não é por acaso que os principais detratores dos concursos públicos, são: Os que querem “entrar”, mas, acham que não precisam provar sua “competência” ou “qualificação”, baseados no bordão: “La garantía soy jo!”, ou seja, não estão preparados para uma disputa em igualdade de condições com os outros; e os que querem contratar, com ou sem necessidade, mas, preferem trabalhar com pessoas “conhecidas”, ou seja, “leais” ou submissas, ou a quem devam favores.

É claro que o fato de ser aprovado num concurso público idôneo não é um atestado de bom caráter. Aliás, nem todo o mau caráter tem ficha policial ou título protestado... Muitos, até, gozam de imunidade...

Além disso, se a má intenção existe, um concurso público não é um problema incontornável... Algumas “lendas” contam que alguns “escolhidos” têm acesso, prévio, ao resultado das provas, ou que estas podem ser trocadas ou, simplesmente, adulteradas... Assim, “cidadãos” que, se caírem, de quatro, numa pastagem, jamais se levantarão, podem passar, com “louvor”, em seletivas para cargos bem remunerados, que demandam especialistas...

Ok, milagres acontecem, e a Engenharia Genética está em franca evolução!

Outras “fábulas” falam de um certo tipo de “benção”: alguns passam em concursos para funções de baixa remuneração, braçais, que exigem conhecimentos de ensino fundamental... Só que, uma vez empossados, subitamente, ascendem a cargos de nível universitário, sem concurso interno ou externo, com o argumento de que dispõem de graduação! E tem gente que diz que diploma não vale nada... Quando lhes interessa, bem entendido!

Já a “saga” dos que preferem trabalhar com pessoal “conhecido”, é bem mais prática: Não fazer concursos! Para tanto, contornam a exigência destes, mediante artifícios legais, que contam com a aprovação dos que, em troca, compartilharão das indicações. Afinal, não serão eles que pagarão a conta... Estes podem, até, fazer concursos, mas sempre haverá um subterfúgio, uma entrevista, uma quota, ou uma carta de recomendação – às vezes exigidas no edital! -, que poderá alterar colocações. São critérios volúveis, que sempre deixarão uma aura de suspeição, que sugere que o direito comum foi arrepiado, e que a democracia e a Constituição não passam de mera retórica, oportunista, dos que detêm, momentaneamente, o poder. A maioria das “tradições familiares", no serviço público, surgiu e é mantida assim! O mérito pode, até, existir, mas, a disputa é desleal!

Para evitar essas nefastas distorções, no acesso ao serviço público, qualquer concurso, que pretenda ser honesto, exige rigorosos e, cada vez mais, sofisticados procedimentos de segurança. Em contrapartida, o tráfico de influências e o oportunismo também inovam, com sistemas de burla dignos dos filmes de espionagem mais audaciosos. A fraude, também aí, entrou na era digital! E é óbvio que a maioria dos que podem pagar por esses “serviços de consultoria” e “apoio logístico” não pertence às classes menos favorecidas.

O resultado é que, num futuro não muito distante, o aparato dos concursos incluirá: detectores de metal, bloqueadores de sinais de rádio, polígrafos, raios-X, exames de córnea ou DNA, cães farejadores (Será que existe alguma raça que fareje picaretas e fraudadores?)... No limite, os concorrentes farão as provas, nus! Mesmo assim, muitos ainda preferirão gastar tempo, dinheiro, “influência” e o resto de dignidade que ainda tiverem, para “dar um jeitinho”, em vez de, simplesmente, estudar...

É certo que ser aprovado num concurso honesto, não certifica a retidão de caráter de um indivíduo; mas, é insofismável que quem usa de recursos dolosos para obter cargos públicos têm possibilidades infinitamente superiores de continuar usando esse tipo de expediente no exercício de suas funções! Ao menos teoricamente, o aprovado licitamente terá a independência moral para exercer suas atividades, de forma ética. É bom lembrar que um favorecimento ou facilitação pode virar uma dívida interminável, com ônus para a sociedade, já, por demais, cansada de ser lesada, oficial e oficiosamente. Interessados nisso, os críticos dos concursos públicos continuarão a propalar que eles são entraves burocráticos e anacrônicos à “modernização administrativa”; ou argumentarão que a “carta branca”, que acreditam ter recebido pelo voto, sofre com a “limitação de movimentos”, que um quadro funcional “insubordinado”, estável, “impõe”. Ora, mesmo que isso seja, eventualmente, verdade, se a sua “notória competência” não conseguir administrar dificuldades e conflitos, na área pública, eles sempre terão a alternativa de demonstrar seu "dinamismo" e "qualificação", na privada... Ih!

Só que lá também existem processos seletivos, às vezes bem mais rigorosos... E a descarga, perdão, a dispensa é bem mais rápida!

Nada é perfeito! A começar pelos que fazem e aplicam as leis! Os fatos estão na mídia, para confirmar... Mas se os concursos idôneos incomodam alguns dos que ocupam, provisoriamente, o poder, também é verdade que eles continuarão a ser dos poucos - e indispensáveis - meios disponíveis ao cidadão comum, para a fiscalização, direta, de governos e empresas públicas!

Fonte:duplipensar.net

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